25/10/2010

Reflexão sobre preparo de professores, a partir do recorte da postagem de Paulo

EM 23 DE AGOSTO DE 2010 06:40, Paulo disse:
[... Não tenho anseio não quanto ao ensino de química para deficientes visuais, a gente que tem que aprender a ensinar em Braille o ensino de química com isso eles vão aprender e a gente aprender muito mais com eles...]
Com relação a esse recorte:
Paulo, gostaria de te parabenizar quanto a sua postura, enquanto professor, de não apresentar anseio quanto ao ensino de química para deficientes visuais, pois demonstra que sua prática docente abre possibilidade de novas relações entre alunos com necessidades educacionais especiais e docentes,no sentido de descortinar a visão de que o professor não é preparado para ensinar na diversidade. Segundo esta observação o autor Mittler,2003 p.184, nos revela:
“a maioria dos professores já têm muito do conhecimento e das habilidades que eles precisam para ensinar de forma inclusiva. O que lhes falta é confiança em sua própria competência”.
Assim, a expectativa é que o docente reconheça sua competência adotando uma postura que conduza a ação docente para a ampliação de novas possibilidades educacionais ao contrário de enfatizar as dificuldades perante a educação inclusiva. Nesse sentido Baptista,Claudio Roberto (et al,2006, p.133) diz:
“Muitas vezes, as dificuldades apresentadas pelas crianças produzem nos professores a sensação de eles não estarem preparados para trabalhar com a presença dessas crianças na sala de aula, ou a sensação de os problemas familiares serem tão intensos que não dá para ensinar certas crianças. Neste território no qual as dificuldades nos paralisam, essas dificuldades têm servido para isso mesmo: paralisar. E fica parecendo que somente seria possível movimento, crescimento, desenvolvimento, mudança, criação, se houvesse as ilusórias condições ideais. Conhecemos que aquilo que acontece não deveria acontecer. Esse pensamento é ideológico, o que ocorre não é acidental, o fracasso é engendrado no cotidiano”.
Nesse sentido, a ampliação da escolarização para todos, ou seja, incluir os alunos com necessidades educacionais especiais às escolas regulares tem implicações que vão além dos processos metodológicos, relacionando-se com a maneira de pensar e agir do docente, despertando questionamentos sobre nossas ações.
As ações educacionais inclusivas exigem mudanças não só na estrutura da escola, mas principalmente a necessidade de mudar concepções enraizadas quanto ao ensino aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais. Nesse contexto, destaco Dalva E. Gonçalves Rosa, Vanilton Camilo de Souza (et al ,2002,p. 76) que dizem:
“Trabalhar com crianças especiais não requer uma especialização para reduzir ou pôr termo às suas deficiências, mas o aprimoramento do professor no ensino e na aprendizagem para que ele seja capaz de identificar as dificuldades de seus alunos, visando a eliminar as barreiras próprias de suas relações na escola”.
Esta citação nos diz muito, pois levanta a questão da formação do professor e sua prática docente diante da diversidade em sala de aula, o que não exige do professor nada além do que lhe é próprio, do que é inerente à profissão de ser professor.
Assim, chamo a atenção de outros professores para refletirem e se questionarem a respeito não somente de suas competências, mas também sobre seu próprio pensamento em relação a sua postura frente a essa nova realidade. Será que ensinar crianças com necessidades educativas especiais em escolas inclusivas é realmente algo tão difícil de acontecer com sucesso? Ou será que a categoria docente ainda não percebeu que sua área de atuação é naturalmente um “mundo” heterogêneo? Daí a resistência e dificuldade em reconhecer e aceitar a educação inclusiva? O quero dizer é que nas salas de aula, desde que ela existe, existe também a inclusão, uma vez que as pessoas que estão nestas salas são pessoas de distintas raças/religião/gênero etc. então o que justifica “negar” reconhecer e incluir essas crianças, que como todas as outras também apresentam singularidades e especificidades de aprendizagem?
São esses questionamentos que devemos fazer e a partir deles refletir sobre nossos temores versus nossas capacidades, potencial e preparo para trabalhar com essas crianças.
Assim sendo, reitero a você, Paulo, meus parabéns.

11 comentários:

  1. Há muita resistência de alguns professores em ensinar a química aos deficientes visuais nas salas de aula. Mas como Mittler nos fala, a maioria dos professores sabem como ensinar, porém, falta a confiança em seu trabalho.
    É interessante e admirável o Paulo falar que não tem anseio quanto ao ensino de química para deficientes visuais e esse deve ser o exemplo que nós, futuros professores devemos seguir: uma aula bem preparada, seguida de segurança, é a chave para um bom trabalho. Acredito que com todas essas discussões sobre inclusão irão ajudar no esclarecimento de muita gente possibilitando um grande aprendizado de ambas as partes.

    ResponderExcluir
  2. Concordo com você, Rayane, e ainda digo que o professor deve ter confiança em seu trabalho e estar aberto a essas novas experiências para não prejudicar a qualidade do ensino. Só com a experiência e com a convivência, os professores poderão não só a aprender com também a acabar com seus próprios medos e preconceitos internos, e assim, promover e estimular a inclusão em sala de aula.

    ResponderExcluir
  3. Bom,é incontestável que tem aumentado bastante o interesse em formação de professores capacitados para atuar em uma sala de aula inclusiva. Mas acredito que ainda se faz necessário um maior enfoque sobre esse assunto dentro da própria universidade, de modo que, haja uma disciplina voltada única e exclusivamente para guiar os futuros professores na elaboração de aulas para uma sala inclusiva, de modo que para cada conteúdo haja a formulação de estratégias e até mesmo construção de materiais que irão facilitar o ensino aprendizagem.
    Assim, quando o futuro professor entrar em contato com uma sala de aula onde se encontra um aluno nesse caso deficiente visual poderá colocar em prática tudo que aprendeu na graduação, no que diz respeito a formulação de aula para uma sala inclusiva.

    ResponderExcluir
  4. Concordo com você, Gislaine, esse tipo de abordagem educativa deve ser feito quando os professores ainda estão em formação, para que eles possam aprender e saber como aplicar o que aprender na sala de aula.

    ResponderExcluir
  5. "Trabalhar com crianças especiais não requer uma especialização para reduzir ou pôr termo às suas deficiências, mas o aprimoramento do professor no ensino e na aprendizagem para que ele seja capaz de identificar as dificuldades de seus alunos, visando a eliminar as barreiras próprias de suas relações na escola”.Dalva E. Gonçalves Rosa, Vanilton Camilo de Souza (et al ,2002,p. 76)
    Acho que é um ótimo recorte do texto do Paulo pois aqui diz tudo.Deve-se sim ter um aprimoramento do professor em relação ao ensino e aprendizagem do aluno em situação de deficiência para que o professor perceba as necessidades do aluno e para que assim possa ajudar mais e mais o seu aluno á desenvolver a sua necessidade e assim aprender o que o professor ensina>

    ResponderExcluir
  6. Oii Mônica, boa escolha do trecho e concordo com você que os professores devem ter um aprimoramento em relação ao ensino e aprendizagem do aluno em situação de deficiência para que possa ajudá-lo cada vez mais, mas como diz no texto “a maioria dos professores já têm muito do conhecimento e das habilidades que eles precisam para ensinar de forma inclusiva. O que lhes falta é confiança em sua própria competência”. Acredito que muitos não tem confiança em seu trabalho e da mesma forma outros que não tiveram formação realizam um bom trabalho

    ResponderExcluir
  7. Realmente meninas(Mônica e Anielly)...Nossa barreira não é no ensinar a química propriamente dita e sim ter a curiosidade e o prazer em aprender lidar com as deficiências para orientar e ministras boas aulas.Pois a maioria dos professores tem "medo" no que é novo,medo de inovar e fracassar...mas ao meu ponto de vista tudo é novo pode sim ocorrer de não sair certo de primeira mais cabe a nós não desitir e lutar cada vez mais para tentar resolver o que não está bom!Assim aprimorando o ensino em sala de aula com deficientes que seja visual,auditivo...sabendo que cada dia é uma nova descoberta,uma nova etapa...

    ResponderExcluir
  8. Nós costumamos ter medo de algo que não temos conhecimento, assim, colocamos barreiras. Acontece isto quando algum professor se depara com um aluno deficiente visual ou auditivo. Acha que não vai conseguir lidar com certas situações, e acaba não tentando.

    ResponderExcluir
  9. Sim vanessa, concordo quando diz que costumamos ter medo de algo que não temos conhecimento, mas se levarmos isso em consideração nada poderá ser feito o que deve acontecer é que nos próprios professores devemos nos encorajar para buscar soluções, pois até mesmo no dia-a-dia acontecem imprevistos em que os professores devem estar preparados para solucionar, esta não deixa de ser mais uma, talvez algo que não é de sua formação mas é ai que será a diferença onde o professor reconhecera as necessidades de seus alunos e ira se preocupar com o aprendizado, buscando conhecimento para saber lidar com esta especificidade.

    ResponderExcluir
  10. Olá, bom acho que no ensino para portadores de algum tipo de deficiencia devemos apresentar uma aula em que o conteudo seja desfocando deste tema de inclusao, pois sem querer vc acaba excluindo uma parcela da turma. Devemos encobrir a inclusao,mesmo que tenhamos um aluno expecifico. Sei que atualmente a atualidade é outra, mais profissionais estao se profissionalizando na area, o que facilita ainda mais o processo de ensino-aprenizagem.
    Agora quando a questao de escolas proprias para deficientes, visando a inclusao eu nao concordo, já que se estamos tentando uma inclusao, me diga como seria isso se somente construissemos escolas especializadas e nao atribuimos eles a uma realidade ate entao dita normal???

    ResponderExcluir
  11. A questão "formação de professores", é questão de ter medo de "encarar" desafios, por vários motivos. Então, gostaria de comentar sobre o Jornal Nacional, que mostrou algo, com tudo haver sobre a formação dos professores atualmente, que é um Programa onde explica o papel da Universidade na preparação dos futuros educadores.
    Uma coisa é real, o professor marca a vida de muitos alunos, e neles desempenha fundamental a partir da educação básica, onde o aluno começa a se socializar. São sim formados. Mas a "pergunta que nao quer calar": Como eles são preparados para assumir tal responsabilidade? Pois o professor é o mediador do aluno, é o caminho para a auto aprendizagem dos alunos.
    Foi a partir dsta questção, que o Jornal foi mais a fundo, exibindo como funciona o cotidiano da Instituição.
    Diz a "Instituição":
    - Além de formar os profissionais que atuarão nas salas de aula, a universidade também se empenha em garantir a avaliação do ensino. No quadro "Mérito Acadêmico".
    E antes de mais nada, o que acho que deve ocorrer primeiramente é o professor "amar seu trabalho", fazendo a diferença, e a partir daí obter mais confiança em seus conhecimentos.

    ResponderExcluir