Olá, Waleska! Tomando como ponto de partida, a sua narrativa, podemos refletir alguns pontos, discorrendo com o que, traz a escritora Rosita Edler Carvalho em seu livro intitulado ESCOLA INCLUSIVA: a reorganização do trabalho pedagógico. Um tópico discutido pela autora é a questão da diferença como experiência(pág.17) que diz: “Sob essa ótica, o conceito de diferença sai do terreno do essencialismo (a coisa em si mesma) para o terreno das vivências, ganhando uma dimensão pessoal, de cunho até fenomenológico, com interpretações pessoais decorrentes das relações estabelecidas entre os sujeitos e com o contexto social”. Nesse sentido, a autora destaca algo muito interessante: nem todos os grupos que têm a mesma deficiência, experimentam igualmente suas limitações, ou seja, dentro de um grupo de indivíduos que tem o mesmo tipo de deficiência, a experiência da deficiência de cada um, será diferente,assim como, em um grupo de indivíduos ditos “normais”, que também apresentará diferenças em relação às suas limitações e dificuldades. Assim, destaco alguns pontos de sua narrativa para que possamos refletir um pouco sobre o tema levantado. Quando você diz que percebeu que a diferença entre um “normal” e um aluno DV em relação à capacidade física era somente a visão e que não havia diferença quanto ao cognitivo, é preciso ficar claro, que especificamente no caso desta aluna, ela apresenta algumas limitações inerentes e que distintamente outros apresentarão as suas dificuldades e limitações próprias. Isto é importante para nós professores, para não generalizarmos e incorrer em equívocos. Mudando o enfoque, outra questão importante que você nos mostra, é com relação à indagação que a aluna DV faz, a respeito da visualização do átomo e à atribuição da dúvida à sua deficiência visual, pergunta feita também por um aluno dito “normal”. Parece-nos, que é uma questão de ensino aprendizagem precária, ou seja, não é a deficiência do aluno, mas a deficiência do ensino de química para o ensino médio. Fiquemos atentos! Por fim, gostaria de parabenizar a Waleska e sua equipe, pelo trabalho que estão desenvolvendo junto ao CEBRAV, e pedir a vocês que continuem contribuindo com os trabalhos do LPEQI narrando suas experiências, que são de suma importância, uma vez que abre caminhos para discussões e reflexões colaborando para a melhoria da prática docente.